O último livro de Uili Bergamin, Contos de Amores Vãos (Caxias do Sul: Maneco, 2011), anuncia, no título, o gênero textual. As histórias geralmente curtas, escritas e narradas de modo surpreendente, têm o mérito, nesses tempos de velocidades inauditas, de ser uma modalidade de conquistar o leitor. Bergamin domina a trama, os diálogos e, assim, expressa o sentido dos relacionamentos humanos com força, às vezes, com sofisticação, outras vezes, de modo direto, sem estratégias intermediárias. Relógio Novo é um conto simples, convincente, bem escrito. Requiem para Fabiano, também. Outros contos chamam a atenção. O leitor pode lê-los um a um e depois parar, se conseguir, pois, ao concluir a leitura de um surge a vontade de ler outro. A linguagem é despojada, procura criar estranheza, essa difícil arte de ser original. Os títulos inventam. O texto inova ou simplesmente busca variações para dizer.
Jayme Paviani
Jayme Paviani
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