De acordo com Harold Bloom, “é longo o caminho que parte dos contos de
Turgenev e leva aos de Tchecov e Hemingway, ainda que as histórias de Nick
Adams pudessem ser intituladas Memórias de um pescador.”
O interessante em Tcheckov é que chega a um ponto em que consegue criar
conclusões que nada concluem. Seu talento, nas palavras de Bloon, é visível e
indefinível.
Lembrando Tchecov,
conseguimos chegar aos contos contemporâneos de Uili Bergamin, que domina o
gênero com a leveza dos escritores que parecem brincar com a palavra. Esse o
objetivo. Esconder do leitor que aí teve trabalho, técnica e muito conhecimento
literário.
“Contos de Amores Vãos”
é um livro que o leitor não quer largar de jeito nenhum. É bom demais. A
leitura flui divertida, gostosa, trágica, perversa, incendiando o leitor. Os textos
trazem qualidades e defeitos de homens e mulheres, o lado bom e ruim, a compreensão
de quem vive no mundo-limite, que somos todos nós, com nossas “cicatrizes”,
“disputas”, "amores-febre”, “deuses que somem”, “porcarias”, “infidelidades” e
“confusões”.
Não bastassem os contos,
o livro traz uma beleza de monólogo interior.
E a história da T? Uma
mulher que se esconde do autor e então faz parte do livro. Bom… Esse mito… Não
sei. Tenho dúvidas. Pode o autor tê-la criado? Pode, mas acho que não. Uili
teria imaginação para criar uma T muito mais interessante que essa. Por isso
até acredito ser verdade. A Sra. T deveria é se apresentar de uma vez. Quem não
sabe do que estou falando, leia o livro.
Enfim, “Contos de Amores
Vãos” é um livro para ler hoje. E reler de novo daqui a algum tempo. Vale a
aquisição e é um belíssimo presente também!
Ângela Broilo
Escritora
15.04.2012
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