Por Ana Denise da Rosa
O livro Contos de Amores Vãos
pode ser considerado um laboratório psicológico, onde se pode estudar os mais
diversos sentimentos com requintes absurdos de realidade.
Realidade essa que se torna encantadoramente sedutora e desperta um
desejo de autoflagelação. Quanto mais dor, melhor, pois mais intenso será o
prazer em sobreviver.
Em suas narrativas poéticas Uili Bergamin assalta o espírito do leitor.
Arranca-lhe as roupas e obriga-o a voltar para casa nu, completamente arrasado.
Surpreendentemente nesse momento se desenvolve uma espécie de síndrome de
Estocolmo. A vítima/leitor passa a amar o algoz/escritor, por ele lhe guiar,
com seu sussurro sedutor, de um conto para o outro, da morte para o
renascimento, só para matá-lo outra vez.
Mas o que há no vão desses contos? Exatamente o que há no vão de nossas
almas. Por isso a leitura desses textos atingirá cada um de uma forma
diferente. Só há uma certeza: a leitura será transformadora. Fatal.
Só quem domina a palavra pode destruí-la e reconstruí-la tão habilmente.
Conforme a misteriosa T. o denomina, esse estilista da palavra a vira pelo
avesso e a transforma nas mais belas criações que vi nos últimos tempos. Até no
mais singelo detalhe ele dá o tom da obra: “Publicado no Outubro de 2011”, o Contos de amores vãos revela a natureza
outonal e decadente das relações humanas.
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